quarta-feira, 10 de março de 2010

Transexuais conquistam seus direitos

Em cerimônia no Ministério da Saúde, o ministro Temporão, autorizou a realização de cirurgia de mudança de sexo nos transexuais que desejam ser somente mulher. Aos poucos, o governo Lula vem implementando diversas políticas públicas em favor das minorias discriminadas em nosso país. Estudantes pobres, índios, negros, deficientes de toda a natureza, mulheres maltratadas pelos maridos, estupradas, grávidas de fetos anencefálicos com direito a abortar, quilombolas conquistando suas terras e raízes culturais, homossexuais, transexuais, portadores de doenças atípicas, enfim, todas as minorias que nunca encontraram amparo do estado para suas necessidades e angústias. Democracia só é democracia, quando a sociedade em todos os seus matizes aceita as diferenças e oferece oportunidades a todos em igualdade de condições.

A sociedade só é madura quando sua autoridade máxima – o presidente da república - assume uma postura de respeito que cada segmento social merece, independente das suas diferenças e opções, sejam religiosas, culturais ou sexuais.

Um exemplo marcante e histórico dessa atitude por parte do nosso presidente foi no dia 5 de junho de 2008 quando ele compareceu à cerimônia da conferência do GLBTS (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e simpatizantes) ocorrida em Brasília em que o principal foco da discussão foi a homofobia, sendo o presidente homenageado e presenteado com um boné com o símbolo Do grupo arco íris.

Tudo isso é ótimo, encantador, mas tem uma questão que não podemos esquecer, a do planejamento familiar. Sabe-se muito bem, que o governo Lula, contrariando as recomendações da igreja determinou através do Ministério da Saúde a distribuição de pílulas anticoncepcionais do dia seguinte e preservativos nos postos de saúde. Isto é uma política de planejamento familiar de relevante alcance social, mas há um fato que não devemos nos esquecer: muitas mulheres que já possuem dois ou três filhos desejam ardentemente ligar as trompas como forma de evitar filhos, e não encontram por parte do SUS o amparo necessário para a realização da cirurgia. Sabe-se também que essas mulheres se valem das eleições para atingir tal intento junto a médicos clientelistas e inescrupulosos, que fazem esse trabalho eleitoreiro para angariar votos contrariando a lei eleitoral.

── O Brasil é mesmo um país engraçado, o governo agora autoriza fazer cirurgia para transformar homem em mulher pelo SUS, e nós mulheres que já temos uma pregada de filhos, não conseguimos ligar nossas trompas pelo SUS, por mais que imploremos, temos que apelar para os candidatos que só fazem isso em troca de votos. - expressão proferida por uma mulher indignada dentro de um ônibus lotado de passageiros.

Precisamos repensar também políticas públicas para nossas mulheres, desde a morosidade no atendimento dos exames preventivos de câncer de colo de útero, até a impossibilidade de o SUS autorizar a realização da cirurgia de ligadura de trompas nos hospitais públicos e conveniados.

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