quinta-feira, 15 de abril de 2010

Otite

OTITE






Otite é a inflamação do ouvido que pode ser classificada quanto à sua localização em externa, média e interna, sendo que as duas últimas, normalmente de evolução crônica, são decorrentes de otites externas não tratadas ou medicadas sem sucesso.

Dentre as otopatias que mais acometem cães e gatos, destacam-se as otites externas, podendo estar presentes em cerca de 10 a 20% dos cães levados às clinicas veterinárias. Podem ser classificadas segundo sua etiologia em: bacterianas, parasitárias, micóticas, ceruminosas e eczematosas. As causas de otite externa são muitas e na maioria dos casos crônicos, mais de uma está presente. Estas causas podem ser subdivididas em fatores predisponentes, primários e secundários.

Os fatores predisponentes são aqueles que embora não causem otite externa, aumentam o risco de seu desenvolvimento, atuando conjuntamente com a causa primária para a manifestação da doença clínica. Os exemplos mais comuns desses fatores compreendem características raciais como o excesso de pêlos nos ouvidos externos em Poodle e orelhas de Cocker Spaniel. Nessas raças são mais visíveis: umidade, ventilação inadequada dos condutos e efeitos de tratamentos anteriores, já que a conformação anatômica dos ouvidos dos cães varia de acordo com a raça.

Os fatores primários podem causar a otite externa, com ou sem a presença de fatores predisponentes ou secundários. São eles os parasitas (sarnas), as hipersensibilidades (alergia atópica), distúrbios de queratinização (seborréia), corpos estranhos (folhas, sementes, sujeira, areia e medicação seca), alterações glandulares, auto-imunes e doenças virais.

Os fatores secundários são aqueles que dificultam a resolução das otites. Normalmente são consequentes aos fatores predisponentes e primários. Compreendem as bactérias, leveduras, alterações patológicas progressivas (hiperqueratose, fibrose, edema, hiperplasia da epiderme e estreitamento do conduto auditivo).

Os principais sinais clínicos observados em animais com quadro de otite são caracterizados pelo prurido (coceira) das orelhas, eritema (vermelhidão), inclinação e balanço da cabeça, edema (inchaço), descamação, alopécia (ausência de pêlos), ulceração, dor à palpação e presença de secreção, muitas vezes associados ao odor desagradável. Todos esses sintomas quando detectados precocemente pelo responsável do animal e tratados pelo médico veterinário, aumentam as chances de cura do problema sem grande comprometimento futuro.

Uma anamnese completa associada ao exame físico e clínico sistêmico e dermatológico do animal pelo profissional fornece importantes dados sobre a causa da otite determinando um correto diagnóstico e direcionando a conduta terapêutica mais adequada. A inspeção direta das afecções dos ouvidos pode ser realizada por meio de otoscopia (exame através do uso do otoscópio), avaliação parasitológica do cerúmen e exame citológico.

A prevenção das otites deve ser feita através da limpeza periódica do canal auditivo externo e das próprias orelhas dos animais. O proprietário deve evitar a entrada de água nos ouvidos na hora do banho, evitar o uso indevido de cotonete, usar produtos adequados para limpeza, adotar medidas preventivas ao levar seu animal para banhos de mar ou piscina. Estas medidas podem auxiliar a evitar o aumento das ocorrências de otites em seus animais.

A terapia eficiente para o tratamento das otites está na dependência da identificação e controle das causas primárias e predisponentes. A colaboração do responsável do animal é extremamente importante no tratamento. Para que isso ocorra é fundamental que o mesmo seja conscientizado a respeito do problema e da sequência do tratamento, especialmente se forem necessárias diversas limpezas com o animal podendo inclusive ter que ser sedado ou até mesmo anestesiado. Condutos auditivos cheios de cerúmen ou secreção purulenta impedem que medicamentos tópicos atinjam a superfície da pele e combatam as bactérias, fungos ou parasitas.

Existem várias técnicas e produtos que podem ser utilizados para realização da limpeza dos condutos auditivos, devendo ser adaptados para cada caso. Não há um único agente ou tratamento que seja perfeito, cabendo ao médico veterinário prescrever o tratamento para cada tipo de animal e patologia. À medida que o tratamento transcorra, adaptações terapêuticas podem ser feitas em função de resultados satisfatórios ou não.

Em casos extremos pode haver a necessidade de intervenção cirúrgica, com excelentes resultados principalmente nas miíases recorrentes. Normalmente ocorre quando há severa estenose (estreitamento) do canal auditivo decorrente de otite crônica, remoção de tumores ou pólipos ou quando o animal possui uma otite média resistente à medicação. Para obtenção de melhores resultados é imprescindível que o diagnóstico primário seja estabelecido antes da cirurgia, pois muitos animais submetidos a este procedimento ainda podem continuar sofrendo de otite.

Como recomendação final aos responsáveis, diria que não há necessidade de preocupações antecipadas, pois o animal possui um mecanismo de defesa próprio que o protege não só das patologias auriculares como de outras afecções, mesmo assim, considero necessário que o mesmo seja levado com periodicidade ao médico veterinário.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Governos andam na contramão da história

Aquecimento global, fenômeno El Niño, seca na Amazônia, 45 dias de enxurradas em São Paulo, chuvas torrenciais durante todo o verão, secas nos reservatórios da Venezuela, levando um país rico em petróleo a racionar energia, onda de calor em toda a região sudeste, sensação térmica de 50 graus no Rio de Janeiro, degelo das montanhas do Himalaia, falta de gelo nas estações de esqui na Suíça, ciclone no Brasil: fenômenos que acontecem porque a espécie humana insiste em destruir a natureza, que a tolera por um capricho.

O último encontro das autoridades mundiais para o clima em Copenhague não deu em nada. Os ditos líderes mundiais frustraram praticamente todos os líderes dos países pobres e emergentes, que sãos os que mais sofrem com o aquecimento global. A indústria automobilística continua produzindo carros em grande escala, a indústria do petróleo se revigorou nos últimos anos principalmente no Brasil com a descoberta do pré sal. Toda a Amazônia continua sendo desmatada para satisfazer a cobiça dos madeireiros e das multinacionais. Os investimentos em projetos de desenvolvimentos não levam em conta a educação ambiental. Não se exige das empresas contrapartidas ambientais nos projetos onde o meio ambiente é afetado. Não há estímulos para os transportes sobre duas rodas, nem por parte do governo, nem das empresas.

Quanto ao poder público este deveria priorizar a construção de ciclovias nas cidades; além de desestimular o uso do carro, diminuiria a emissão de carbono na atmosfera. Outra vantagem seria a melhoria das condições de saúde, principalmente cardíaca, dos praticantes dessa modalidade de transporte. Há um evidente preconceito com as bicicletas, principalmente porque este tipo de transporte está associado aos pobres e miseráveis; ter uma bicicleta não dá status; este está ligado aos carrões e os carrões estão associados à prosperidade econômica.

Certa vez, levei meu carro para uma manutenção que durou uns três dias. Durante este período, servi-me de minha bicicleta para transitar pelo meu bairro onde tenho minha clínica. Por diversos momentos fui abordado por várias pessoas com a seguinte expressão:

─ De bicicleta Doutor Pedro!

Olha que não foram poucas. Há um consenso entre as pessoas do povão que um doutor não pode andar de bicicleta. Na mente do povão está impregnada a idéia do doutor ter um carrão, jamais andar de bicicleta. Claro que a mídia contribui muito para esta concepção, pois vende carros com belas mulheres, belas casas e os associa à prosperidade econômica. Por sua vez os carros pagam mais impostos, empregam mais trabalhadores, consomem insanamente combustíveis, ou seja, sustenta uma gigantesca indústria petrolífera, dá mais lucro aos governos nos seus diversos níveis.

Como mudaremos essa mentalidade? Como mudar esta lógica perversa do capital em que o lucro está acima do bem estar da raça humana? Como mudar a mentalidade dos governos no sentido de refletir sobre o futuro das próximas gerações? Hoje possuímos uma gigantesca rede de comunicação que nos permite levar educação e informações com uma rapidez jamais vista pelos seres humanos. As ferramentas existem, é só utilizá-las. Mas, a mais importante das transformações é a plena consciência de cada um de nós. Cada cidadão, cada grupo social, cada cidade, cada estado, todas as nações. É a espécie humana em busca da sua sobrevivência, é a busca da verdadeira eternidade.

Vítimas das chuvas

                                           


As chuvas dos últimos meses, têm deixado muitos prefeitos de cabelo e pé, pois além de desabrigar muitas famílias, obrigando o poder público a providenciar moradia para a população atingida, causa uma verdadeira destruição nos calçamentos da cidade e estradas vicinais, onde se formam verdadeiras crateras. Num município pobre como o nosso com uma infra-extrutura muito precária, onde a maioria das ruas não são asfaltadas, e as que são possui um asfalto de má qualidade, isso representa uma perda de recurso de enormes proporções. A cidade está um buraco só. Sem contar as regiões, de baixada onde se fomam verdadeiros lagos expondo a populaçõa a toda sorte de doenças. A dengue transmitida pelo aedes egypthus e a leptospirose transmitida pela urina do rato urbarno “Rattus norvegicus” que representam o maior risco para a populaçao nesta época do ano, precisam ser eficientemente monitoradas. Outro aspecto que deve ser levado em consideração, é o orçamento municipal. O poder público tem que ter conpetência para conseguir junto aos órgão federais, como os ministérios da cidade e outras agência de assistência social, verbas suplementares para fazer face as grandes e imprevistas despesas surgida nesta época do ano. Quanto ao orçamento, votado ao final de cada legislatura, há que se reforçar a verba de contingência no sentido de atender as emergências imprevistas sem as dificuldades impostas pelas licitações.

Cabe ao poder público o planejamento das diversas situações por que pode passar a cidade para não ser pego de surpresa. Os orgão de defesa civil, assim como a polícia militar, secrearia de promoção social, devem estar dotadas de material e pessoal capacitado a fim de atender prontamente as vítimas das intempéries quase na sua totalidade pessoas pobres.

Ps:
Este artigo foi escrito no ano 2007